TAM, O que este nome invoca em você?
Tem um ditado que diz: uma pessoa ruim não é de todo inútil, você pode aprender com ela a como não fazer as coisas.
Tive de viajar nessa última semana – indo através de uma empresa e voltando por outra – e deu para notar bem a diferença de tratamento entre as empresas.
Vocês se lembram quando a TAM (há uns 5-6 anos atrás) era vista como a empresa modelo? Ela até foi capa da Exame como empresa do Ano. E nesse mesmo período, podem lembrar a comparação com a Varig? Uma empresa lenta, com funcionários meio carrancudos, com aquele tratamento burocrático ao cliente.
Enfim, creio que a coisa esteja no mesmo pé entre a Gol e a TAM atualmente.
Fui de Gol e praticamente não senti a viagem. Dá para perceber quando uma empresa é nova no mercado, quando está ficando para trás ou mesmo quando está no auge através de seus funcionários. Não sei se tive sorte porém todos os funcionários sabiam o que estavam fazendo, porque estavam fazendo e principalmente era uma coisa natural o atendimento.
Entrei no avião, ele decolou, serviu aquele lanchinho, dormi e o avião chegou no local. Fim do serviço, tudo OK.
Na volta, a história foi diferente. Logo depois de embarcar, aquela papagaiada inicial de “máscaras cairão automaticamente” – alguém vai se lembrar disso num acidente? com o agravante que tinha uma microfonia absurda no microfone da comissária e ela continuando a falar, falar, falar e o barulho cada vez maior sem que ninguem tomasse uma providência.
Primeiro sinal errado.
Depois, vem aquela “revista de primeiro ano no colégio”. Sabe qual é? Aquela em que a comissária vai passando fileira a fileira para ver se tem alguma poltrona reclinada. Parece que a comissária faz aquilo com gosto, passa lentamente analisando como se estivéssemos fazendo prova no ginásio, com a mão para trás lentamente, fileira a fileira. Ao menor sinal – e com que gosto ela avisa ao incauto, principalmente se ele está dormindo – “Senhor, sua poltrona está reclinada”.
Fiquei pensando: reclinada? Como? Mal cabe a própria pessoa na poltrona.
Sei que isso todas as companhias são obrigadas a fazer porém cada companhia tem o seu jeito de fazer.
Outra coisa são as interrupções no vôo. Parece que eles combinaram: primeiro o piloto avisando que a cidade tal está a direita, que estão nivelados a tantos mil metros, que Congonhas tem tempo assim ou assado. Depois o clássico “reduziremos as luzes da cabine”. Em seguida, novamente o comandante: “Congonhas está com tráfego intenso, nossa previsao de chegada é dali a tantos minutos”.
Dali a pouco, serviço de bordo.
Novamente, “reduziremos as luzes da cabine”.
Em seguida, por TRÊS vezes, o comandante entra e discorre sobre o tráfego em Congonhas atrasando sua previsão inicial.
E no final, novamente “Bem vindos a Sao Paulo, nao fumem até o saguão do Aeroporto, sabemos que a escolha da companhia é uma preferência de cada….”.
Isso com aquele olhar e fala metálicos (e quando ela repete isso em inglês, parece que está nos gozando, nem ela mesmo entende o que está dizendo).
Ambas as empresas fizeram praticamente as mesmas coisas (exceto as falas do comandante da volta que foi, sem dúvida, um recorde).
O que importa é o jeito de se fazer.
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